domingo, 29 de abril de 2018

Ser Pobre Anima!

Crescemos ouvindo e aprendendo que ser pobre é a pior coisa que pode acontecer com o ser humano perante a uma sociedade muito capitalista e consumista. A maioria de nós estuda e se forma não com o intuito de aprender e adquirir novas habilidades mas sim estudamos para sair da pobreza e mudarmos a situação econômica dos que nos rodeiam.

Ser pobre não é 100% ruim como aprendemos, e poucos pobres sabem que eles na verdade são ricos. A riqueza que me refiro não é monetária mas sim em termos de virtudes. Ser pobre tem desvantagens sim, mas estamos cansados de ouvir que a pobreza é a vilã da estória e a riqueza a mocinha. Mas será que ser pobre anima mesmo? Sim, e como anima.

Ser pobre anima! Porque aprendemos a ser pessoas simples, sem frescuras, chiliques nem os "não me toques", ser fofinho? Ahh isso não é connosco comemos à vontade o nosso pão com badjia;

Ser pobre anima! Porque somos os mais seguros, não nos preocupamos com os ladrões, esses são nossos vizinhos, vossos iPhones compramos à 500MT. Sequestros? Roubos? Ser rambado? Nunca nem vimos não sabemos o que é isso;

Ser pobre anima! Porque vestimos roupas exclusivas que vem da Europa e da América nas lojas topo de gama como Dumbanengue, Xipause e Boutique Inclina;

Ser pobre anima! Esbanjamos saúde, não morremos e nem adoecemos de qualquer maneira, o nosso sistema imunológico é forte, os moradores de rua que o digam;

Ser pobre anima! Nossos relacionamentos são sinceros, se nossas/os namoradas/os estão connosco pode por a mão no fogo que não é pelo dinheiro, somos imunes aos chulos, aos sanguessugas;

Ser pobre anima! Não nos preocupamos com os lugares em que frequentamos, as pessoas com quem andamos, porque aprendemos a gostar das pessoas pelo o que elas são e não pelo o que elas tem ou não.

Enfim, ser podre não é azar ou castigo divino como muito é publicitado, ser podre é ser um aprendiz da vida, aprender a sobreviver para depois viver, aprender a ter falta para saber lhe dar com abundância, é passar por situações adversas e mesmo assim manter o sorriso e esperança de dias melhores.

domingo, 22 de abril de 2018

Zanga Mãe Natureza, Zanga!

Hoje é dia 22 de Abril, data em que comemora-se o "Dia da Terra"– apesar de não termos motivos para comemorar. Acredito que se o planeta Terra fosse um ser humano estaria diagnosticado com cancro em fase terminal o qual foi causado por uma bactéria de alta periculosidade: a Serus Humanus.

Todos nós seres viventes dependemos da Mãe Natureza, é graças a ela que temos os alimentos, o vestuário, os recursos e o mais importante de todos o ar que respiramos, afinal de contas ela é como se fosse uma mãe para nós, ela é a nossa casa. Mas nos últimos tempos temos visto que a Serus Humanus está com tudo no quesito destruição, poluição e exploração extrema da Mãe Natureza. Nós como os seus filhos ao invés de retribuirmos o seu amor ferimo-la e pomo-la doente.

Todos os momentos em que pomos a Mãe Natureza doente e zangada esquecemos-nos que os sintomas e os efeitos colaterais nós é que sentimos. Temos vários exemplos disso: O vendaval que afetou Moçambique mais concretamente a província de Inhambane; As cheias devastadoras que afetaram a Zona Norte e Centro do país, a cidade e província de Maputo; Os furacões que se fizeram sentir nas Américas; Os fortes terremotos que sucederam no México; O maremoto que deixou marca no Japão; A seca e calor intenso que se faz sentir na África subsaariana; As temperaturas muitos baixas que causaram óbitos na Europa dentre outros.

É dever de uma mãe repreender ou castigar o filho quando este não a obedece ou comporta-se mal e a regra não é diferente com a Mãe Natureza, e por isso sempre direi: Bate Mãe Natureza Bate! Sempre que atirarmos lixo ao chão; Bate Mãe Natureza Bate! Sempre que cortarmos uma árvore e não plantarmos outra; Bate Mãe Natureza Bate! Sempre que deitarmos lixo no mar e sujarmos as praias; Bate Mãe Natureza Bate! Sempre que desperdiçarmos água; Bate Mãe Natureza Bate! Sempre que abatermos animais selvagens ou em extinção para enriquecermos; Bate Mãe Natureza Bate! Sempre que urinarmos nas árvores; Bate Mãe Natureza Bate! Sempre que lançarmos gases poluidores na atmosfera direi em alto e bom som Bate Mãe Natureza Bate!

Castigue-nos Mãe Natureza Castigue-nos! Se não mudarmos de comportamento, por mais pequeno que seja o acto, imploro Mãe Natureza faço-o! Que não usemos desculpas como: " são coisas naturais e nada podemos fazer " podemos sim! Podemos e devemos mudar o nosso comportamento em relação ao meio ambiente.

E você já fez algo pelo meio ambiente hoje? Contribuiu ou feriu a Mãe Natureza? Se você feriu já sabe...

domingo, 15 de abril de 2018

Uma Sexta-feira de Agito

Estava eu no último tempo da aula de Biologia, quando depois da professora fazer a última chamada do dia e retirar-se, meu amigo e um colega começaram a brigar por motivos que não sei explicar. Na verdade, meu amigo tinha "batido" uns goles da famosa bebida "Patrão" no intervalo maior como confessara, o que fez-lhe ficar "pancado" e muito "alegre" durante as aulas.

Tanto meu amigo quanto o meu colega começaram a trocar insultos, invocando e blasfemando os nomes da mãe um do outro, e eu como não sou de confusões separei-os e levei o meu amigo e começamos a nossa caminhada rumo ao nosso destino: Zimpeto. Pelo caminho encontramo-nos com um outro amigo, que por coincidência, muita coincidência também estava "pancado". No nosso grupo de amigos eu sou o único lúcido, ou seja, o único "matreco" que não bebe, não fuma e não tem "pitas".

Durante a nossa caminhada usamos como atalho o mercado Fajardo e sem querer devido a sua "alegria" um dos meus amigos derrubou maçãs de uma banca no mercado e a dona em reação exclamou: " Awena Mupfana! Você não viste o que acabaste de deixar cair? " E meu amigo ironicamente respondeu: "Nada, nofa matihlo" (nada, sou cego traduzindo literalmente) e a resposta foi o suficiente para causar alvoroço e provocar discussão no local, quase que foi linchado, juro.

Conseguimos sair do vuku vuku, não sei como mas saímos. Finalmente apanhamos o chapa, só que mal sabia eu que era o início das dores. No chapa de repente ouvimos gritos: A muhive! A muhive! Ladrãoooo! E prontos foi o que faltava para acender o barulho e provocar balbúrdia no chapa em pleno movimento, vocês tinham que ver a cara do cobrador e do motorista, o chapa estava uma bagunça, um autêntico inferno.

Depois de socos para cá e socos para lá, o motorista decide parar o carro e mandar descer à todos mas isso não foi suficiente porque a luta e acerto de contas com o suposto ladrão continuou. Já todo fatigado de tanto apanhar dos passageiros o ladrão é libertado e ele ao atravessar a rua é atropelado e as pessoas ao redor ao ver aquela cena começaram a gritar em desespero a pedir por socorro, pobre ladrão passou de vilão à mocinho em poucos minutos. Felizmente, para o espanto de todos, ele saiu ileso mas foi levado para o "Zé Macamo".

Passado o alvoroço todo advinhem o que aconteceu? Eu e meus amigos apanhamos o mesmo chapa e o barulho duplicou! Foi a pior sexta feira da minha vida que só de pensar em narrar dá-me dor de cabeça. Finalmente chegamos ao destino para o meu alívio separei-me dos meus " amigos", sim entre aspas, pois amigos de verdade não nos metem em confusões, desde aquele dia decidi não andar mais com eles, que sexta hein! – Contou-nos o nosso amigo a quem chamamos Dudu.

terça-feira, 10 de abril de 2018

Não Sou Romântico

Vivemos numa época onde tudo que fazemos é ditado ou influenciado pelos outros. A sociedade hoje em dia é que dita o que vestir ou não, o que escutar ou não, com quem andar ou não, o que assistir ou não, o que gostar ou não, etc, um leque de coisas que por causa dos esteriótipos impostos devemos ou não devemos ser. Mas eu sou diferente, gosto de ir na contramão, no que tange ao romantismo também.

Não sou romântico, à minha  namorada/esposa tem que estar ciente disso. Vai ter que saber que: não vamos andar de mãos dadas na rua juntos (não por vergonha, é porque não gosto mesmo!), não vai receber aqueles presentes clichês tipo rosas e bombons depois de uma briga, e o "bom dia ou boa noite sonha com os anjos" ao acordar e ao dormir? Talvez daria, mas por questões de educação. Não espere de mim aqueles "textões" cheios de melancolia no facebook, no mínimo posso dar um "amei" nas tuas fotos ou te marcar em memes.

Tudo isso para dizer que não sou nem serei romântico como a sociedade impôs que seja, mas serei romântico do meu jeito—já dizia o saudoso Eddy Tussa. Cavalheirismo não vai faltar, presentes também, mas darei presentes que eu gostaria de receber tipo uma pizza (presentes comestíveis), um celular (não kika), sair pra passear, etc.

Podem até me chamar de monstro ou sem sentimentos, mas eu sou assim. O fato de não fazer aquelas romatiquices do politicamente correto não significa que eu não ame ou não demonstre amor, demonstro sim mas do meu jeito, jeito esse que só a futura saberá.